TEATRO: Atuando pela educação

Esse ano a cidade de Nova Iorque recebeu uma maratona de espetáculos e musicais para gays e lésbicas. O primeiro evento do gênero na cidade, o GayFest NYC,teve renda destinada aos estudantes da primeira escola para gays de Nova Iorque, que traz o nome do pólítico homossexual de São Francisco, Harvey Milk High School, assassinado em 1978, cuja história interessa ao diretor Brian Singer.

Os produtores levaram dois anos elaborando o festival junto a nomes consagrados do teatro como o escritor gay premiado Terrence McNally, de Amor, Valor e Compaixão. Um dos objetivos do festival é educar jovens gays e lésbicas sobre personalidades que fizeram história do movimento gay.

Os destaques ficaram por conta de peças como:
- 'Revolution', um drama sobre os eventos que deflagraram a rebelião de Stonewall em 1969 e;
- 'A Kiss From Alexander' (foto) sobre os bastidores de um musical baseado em Alexandre, O Grande.

CINEMA: Teddy Bear Award

Qual o prêmio de cinema organizado em Berlim, que premia os vencedores com uma estatueta de urso? O Urso de Ouro. Resposta fácil, mas não a única. Menos famoso que seu irmão mais velho, o Teddy Bear Award premia anualmente os filmes de temática gay.
O Teddy Bear Award já teve entre os ganhadores Pedro Almodóvar, Gus Van Sant e Derek Jarman. O concorrido ursinho é concedido nas categorias melhor curta metragem, melhor documentário, melhor filme, Prêmio do Júri e prêmio especial para realizadores de destaque.
Nós brasileiros possuímos um representante no juri da premiação: O carioca André Fischer, organizador do Festival Mix Brasil da Diversidade Sexual, primeiro latino-americano a participar do Festival como jurado do Teddy Bear.
O grande vencedor da 21ª edição, realizada em 2007, foi Ci-Quing do diretor taiuanês Zero Cho.A produção narra a relação entre uma jovem que mantém encontros ciber-sexuais com um tatuador.

A escolha do público ficou com Notas sobre um escândalo (Notes on a Scandal) do inglês Richard Eyre, estrelado por Judi Dench e Cate Blanchett.


Júri:
Charlie Boudreau – Canada (image+nation Montréal International LGBT Film Festival)
Frédéric Arends – Belgium (Pink Screens Festival Brussels)
Ailton Franco Jr – Brazil (Curta Cinema Rio de Janeiro)
Kam Wai Kui – The Netherlands (Transgender Film Festival Amsterdam)
Raymond Phathanavirangoon – Hong Kong (Hong Kong Lesbian & Gay Film Festival)
Jason Plourde – USA (Seattle Lesbian & Gay Film Festival)
Michaela Pnacekova – Czechia (mezipatra Czech Gay & Lesbian Film Festival)
Fanney Tsimong – South Africa (Out in Africa South African Gay & Lesbian Film Festival)

ARTE: Raízes clássicas para a subculture bear?

Das figuras mais reverenciadas pelos gregos antigos, o deus Baco, sempre cercado por faunos, destaca-se. Suas figuras possuíam barriga avantajada representando o gosto pelos prazeres mundanos. Do mesmo modo os pêlos representavam sexualidade aflorada e masculinidade. No outro pólo, o padrão estético desejado eram corpos perfeitos, lisos representados com um pênis pequeno, simbolizando a vitória da razão sobre os impulsos animais.

A idéia desse modelo de masculinidade persistiu. E se os medievos a temiam por ter sido associada ao demônio, o homem barroco tornou a fazer uso dela, em figuras repletas de erotismo e sensualidade, como observamos na alegoria de Rubens (imagem). Nos dias de hoje os padrões estéticos persistem influenciados pelos valores clássicos. Mas a subculture bear parece manter aceso o apelo a uma masculinidade suprimida. Essa imagem pode ser vista em cada um dos nossos ursos, espécie de adoradores de Baco pós-modernos.